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Me ensina a fazer renda

Carioca de alma nordestina, a designer Carolê Marques usa tinta e pincel para adicionar rendas em muros e paredes do sertão e da cidade grande

Formada em
Desenho Industrial, Carolê Marques
sempre foi apaixonada pelos trabalhos artesanais. Não à toa, ajudou a imprimir
essa estética nas estampas da Farm, marca carioca para qual ela trabalha há seis
anos.

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Em uma
viagem pelo Sertão Alagoano e Pernambucano, em 2014, ela ficou ainda mais íntima das rendas. “Vi renda, rendeiras e um sertão de poesia e histórias. Desse encantamento, cheguei à Itaparica (PE) com uma ânsia de expressar  toda a minha admiração por esse
Brasil que me presenteia com momentos tão enriquecedores. Quis deixar uma parte
de mim por lá”, conta ela que, durante  uma Festa de São João na casa de amigos, viu
uma casinha simples com chão de barro e perguntou: “Posso pintar?” 

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Foi assim
que nasceu o projeto #meninarendeira, que leva a estética da renda pelas
paredes com tinta e criatividade. “Desde então, o projeto ganhou algumas proporções e formas variadas: muros, intervenções em eventos, telas e arte de guerrilha. Também adoro criar em diferentes texturas, como vidro, barro, chapisco e tijolo”, diz.

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Ateliê a céu aberto


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Cada intervenção,
seja em uma casinha simples do sertão ou em um muro grafitado da cidade grande,
tem uma etapa. “Primeiro eu vislumbro a arte.
Depois, entro na fase de produção: observo e analiso o local. O desenho da renda é criado durante o processo. Eu conto com uma amiga, a Lais Monteiro, que tem
um projeto chamado Olhar Magenta, onde ela reúne curadoria e gestão projetos. Ela me apoia na  viabilização da ate”, explica.

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Na prática, Carolê usa pincel, tinta
e muita concentração. “Esse trabalho gera
as mais diversas reações nas pessoas. A maioria liga do meu trabalho à casa da minha
avó. Muita gente olha com nostalgia e vem me contar que a mãe fazia renda, a
avó era crocheteira ou mesmo que alguém da família vivia de trabalho manual. É muito
lindo ver esse despertar de uma saudade nas pessoas”, afirma ela, que não sabe
tecer, nem bordar.

“Apesar do projeto se chamar #MeninaRendeira, me acharia pretensiosa
demais me comparar com o real trabalho de uma rendeira. O que eu faço é uma
releitura e uma homenagem a elas”, diz a carioca fascinada pela
cultura e estética nordestina.