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A tendência dos probióticos para pele e a importância das bactérias (do bem) nos cremes

Com indicação para acne e dermatite, agora também figuram como nova tendência anti-idade por dar equilíbrio à pele

É cada vez mais
clara a importância da ingestão de probióticos (as famosas bactérias do bem),
na forma de alimentos ou suplementos, para o bom funcionamento do organismo
como um todo. Mas uma nova geração de probióticos vem se tornando protagonista
em outra área: a de cosméticos de tratamento. A dermatologista Dra. Claudia
Marçal, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Academia Americana
de Dermatologia, confirma a tendência mundial: “Mais recentemente, temos
observado formulações tópicas, na forma de sérum, ricas em probióticos, que
auxiliam no tratamento da acne, rosácea, e dermatite atópica (pele hiper-reativa
e sensível)”, comenta. Mas a sua importância vai além (e você vai entender
porque quase todo mundo precisa deles nos cremes). 

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Como agem e por que os probióticos
são tão bons para a pele?
Semelhante ao tratamento de
probióticos via oral, que visam tratar e prevenir problemas no estômago,
versões tópicas são conhecidas por seus efeitos calmantes sobre a pele,
aproveitando uma onda de boas bactérias para ajudar as células a florescer. De
acordo com o dermatologista Dr. Jardis Volpe, diretor da Clínica Volpe (SP), a
pele (maior órgão do nosso corpo), para se proteger das agressões ambientais,
precisa se manter inalterada e um dos seus maiores aliados são os probióticos.
“A microbiota cutânea controla a colonização de organismos potencialmente
patogênicos, modula a resposta imune, função barreira da pele e é parte
integrante da saúde da pele. Estudos indicam que alterações na microflora da
pele desempenham um papel significativo em condições como dermatite atópica,
psoríase, acne e câncer de pele”, explica o médico. Por isso, a aplicação
de culturas bacterianas vivas se faz necessária, segundo Dr. Jardis. 

Entrando mais
especificamente no seu mecanismo de ação, o conteúdo das células de bactérias
interage com os receptores celulares da pele para modular a resposta imune.
“E isso realmente ajuda a aliviar a inflamação na pele”, afirma o
dermatologista. “O ecossistema bacteriano natural da nossa pele tem um
papel protetor muito importante”, continua o Dr Jardis. “E com nosso
estilo de vida moderno, este ecossistema é muitas vezes danificado e pode
resultar em pele seca, estressada e sensível. Trazer probióticos para a equação
pode ajudar a reconstruir este ecossistema de pele saudável”, afirma o
médico. 

Algumas marcas
internacionais de dermocosméticos já dispõem da novidade e o mercado
farmacêutico brasileiro já está atento. A Buona Vita, por exemplo, está
trabalhando em um sérum antiacne com um ativo de ação probiótica, que será
lançado em breve. De acordo com a farmacêutica Celina Lis, coordenadora de
desenvolvimento de produtos da marca, o extrato lisado de Saccharomyces
cerevisiae é um ingrediente probiótico que será usado no produto para
reestabelecer a barreira de proteção cutânea, sendo inclusive um importante
complemento aos procedimentos em cabine. “Os pacientes sempre estão em
busca de diferentes tipos de tratamentos, e muitas vezes em um curto intervalo
de tempo; e esses procedimentos envolvem redução de barreira cutânea para
melhorar a permeação de ativos, uso de ácidos e peelings mecânicos que podem causar
lesão na pele, entre outros. Por isso é importante que o profissional de Saúde
Estética sempre busque reestabelecer a barreira da pele para que o paciente
tenha uma excelente recuperação e mantenha a pele íntegra para continuar o
tratamento sem causar danos”, explica a coordenadora da Buona Vita. 

Celina ainda
afirma que os probióticos podem estar presentes em cremes anti-idade,
colaborando para melhor eficácia: “Todas as funções essenciais para a
classe de produtos anti-idade (como estímulo das fibras de sustentação e
hidratação) são potencializadas, porque um produto com probiótico ainda melhora
a proteção natural da pele, promovendo uma recuperação de barreira mais rápida,
sendo praticamente um escudo contra agentes nocivos”. 

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Segundo argumenta
a farmacêutica e diretora científica da Biotec Dermocosméticos, Mika Yamaguchi,
o uso de probióticos e ativos que aumentem a imunidade da pele também é uma das
novas abordagens para a diminuição da inflamação e também para restabelecer a
função de barreira da pele, principalmente em pacientes que sofrem com stress –
já que o problema libera mediadores pró-inflamatórios que
“enfraquecem” a microbiota da pele e causa rugas precocemente.
“Probióticos como PGT1, ativo desenvolvido em Mônaco, são importantes,
pois conseguem manter o sistema imunológico cutâneo equilibrado. Ele fortalece
e estimula a produção de novos peptídeos e de neurônios ligados à defesa da
pele”, explica. 

Devo
incluir os probióticos na minha rotina com a pele? 

*Sim, se
você tem pele sensível:
Probióticos
têm a habilidade inteligente de reconstruir e fortalecer a barreira da pele. A
pele sensível demora um pouco mais para reparar-se após algum dano, mas
incorporar probióticos em seu regime de cuidados da pele ajuda a acelerar o
processo, explica Dr. Jardis. “Estudos com creme contendo a bactéria
Streptococcus thermophiles em pacientes com pele seca e sensível demonstrou
aumento significativo dos níveis de ceramida do estrato córneo, com melhora
também da hidratação. Já o probiótico de Bifidobacterium longum melhorou a pele
sensível após dois meses de tratamento”, argumenta o médico. 

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*Sim, se
você é morador de metrópoles e é exposto à poluição:
Radicais livres provenientes da exposição à poluição
têm a capacidade de acelerar o envelhecimento da pele, mas os probióticos podem
aumentar a defesa natural da pele. “Os probióticos acalmam os disparadores
inflamatórios naturais em sua pele que podem ser altamente estimulados pela
poluição e pelo stress e reduzem o dano que estes disparadores causam ao colágeno
e à elastina”, diz Mika. Eles são como um “avental” contra os
agressores. 

*Sim, se
você tem propensão a ter acne:

“Probióticos tópicos e suas sínteses têm demonstrado ser eficientes no
tratamento da acne. Verificou-se que um produto tópico contendo um extrato a 5%
de Lactobacillus plantarum reduzia a vermelhidão, o tamanho da lesão da acne e
melhorava a barreira cutânea em doentes com acne”, argumenta o Dr. Jardis.

 

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