Antes de começar nossa conversa por aqui, me apresento: sou Neandro Ferreira, hairstylist. Trabalho com cabelos desde que me lembro por gente. Por mais de 30 anos, morei na Europa onde conheci pessoalmente, e tive o privilégio de ter aulas, com o lendário Vidal Sassoon em sua academia em Londres.
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Lá, aprendi as técnicas da geometria além de entender, definitivamente, a importância delas para um corte de resultado. Estou muito feliz em unir minha voz a de tantos colaboradores incríveis aqui na Manequim, a primeira revista feminina do Brasil.
Vamos conversar quinzenalmente, a partir de hoje, e meu primeiro assunto é a liberdade que um corte mais curto proporciona.
Sempre acreditei que um bom corte vale mais do que mil penteados e em tempos como este, o pensamento ficou mais e mais onipresente. Primeiro porque as mulheres estão cada vez mais donas de suas próprias opiniões e não fazem mais cortes “para agradar os homens”, e segundo porque a praticidade e a naturalidade são a bola da vez num mundo onde o bem mais precioso é o tempo.
As mulheres, de um modo geral, e aqui no Brasil de um modo mais específico, demoraram para perceber, mas foram sempre moldadas neste padrão de beleza que vem da vontade alheia. No mundo todo, o corte curtinho chama-se Pixie e aqui no Brasil ganhou o nome ultramachista de Joãozinho, que masculiniza uma opção estética que traz ainda mais luz à beleza feminina.
Enquanto lá fora a atriz Mia Farrow fazia enorme sucesso nos cinemas com o filme “O Bebê de Rosemary”, arrasando com seu cabelo curto já no final dos anos 60, por aqui a cantora Elis Regina foi nosso ícone de liberdade e talento com madeixas supercurtas. Hoje em dia atrizes como Mayana Moura, fazem dos cortes curtos sua marca registrada.
Cada um no seu lugar
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Os cabelos são na cabeça e as roupas no corpo. Quando o cabelo é muito longo, as coisas acabem se misturando e não sabemos distinguir o que é cabelo e o que é roupa. Esse conceito do poder do cabelo longo – modelo Sansão e Dalila – está super antiquado. O poder da mulher atual está nos cabelos mais curtos, que vão desde a altura do ombro até a do maxilar e orelhas, destacando os pontos fortes do seu rosto, sua expressão, sem competir com os looks e acessórios.
Aliás, desta forma o cabelo também se transforma num acessório que pode ser mudado sempre, sendo trabalhado em diferentes estilos. Por isso há muitos anos tenho dito como um mantra a frase que deu nome à esta coluna de hoje: A vida é muito curta para um cabelo muito longo!
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