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Alta-Costura: Delicada beleza na passarela de Raf Simons para Dior

Published 03/09/2015

Inspirado no famoso quadro Jardim das Delícias, do pintor
holandês Hieronymus Bosch (1450-1516), Raf Simons apresentou uma coleção
delicada – e, ao mesmo tempo impactante -, repleta de misturas e detalhes que
demandaram habilidade técnica para se concretizar. Penas coladas uma a uma são
um bom exemplo do grau de dedicação exigido das artesãs da maison. Vestidos
camisola off white de mangas longas e ombros arredondados abriram o desfile,
esbanjando fluidez e uma inocente sensualidade. O contraponto veio em seguida,
com vestidos pretos e casacos oversized de cores vibrantes – alguns traziam
apenas uma das mangas feita de pele. Aliás, as mangas foram um dos destaques da
coleção. “Queríamos desconstruir uma herança arraigada da maison,
especificamente nos casacos”, disse Simons. E por falar em tradição, o
estilista belga também reservou espaço para releituras do New Look, um clássico
da Dior.

 

Delicadeza e atitude foram bem representadas na paleta de
cores – que foi do off white ao vermelho -, nas modelagens assimétricas e nos
coletes metálicos que deram um ar neomedieval aos modelitos. Além do color
blocking, o pontilhismo surgiu em vestidos, saias e coletes, trazendo um ar
impressionista à coleção. A proposta de peso e leveza em um mesmo look ficou
clara na escolha dos tecidos: lã, chiffon, pele, veludo, cashmere, couro e
crepe se alternaram harmoniosamente.

A apresentação teve direito, ainda, a uma história de conto
de fadas. A modelo Sofia Mechetner, de 14 anos, que abriu o desfile com um
diáfano vestido camisola, foi descoberta, por acaso, em uma loja parisiense da
Dior, pelo próprio Raf Simons. De família pobre, a jovem israelense já assinou
um contrato de 265 mil euros com a marca, de acordo com o jornal The Washington
Post. Mais uma prova de que, dentro e fora das passarelas, a grife continua
investindo para encantar suas clientes.

Publicado na edição 1134 da revista CARAS

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