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Fabiana Milazzo: estrela mineira

Saiba mais sobre a estilista que conquistou Maria Casadevall, Giovanna Lancellotti e outras famosas

Fabiana Milazzo é um nome em ascensão: renovou a moda festa brasileira com peças que aliam conforto e luxo, como o moletom usado pela atriz Camila Queiroz na passarela do Minas Trend. Sua marca ultrapassou fronteiras e hoje é vendida na Europa e no Oriente Médio. Destaque da semana mineira, a estilista vê o crescimento do evento como resultado de um projeto bem realizado. E não descarta desfilar no São Paulo Fashion Week. “Talvez um dia participe, mas ainda não sei quando.” Em entrevista a MANEQUIM, ela contou como é seu processo criativo, falou de seus cobiçados bordados e de sua paixão pelas artes manuais.

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Qual é a importância do trabalho manual na moda mineira? 
Em toda cidade mineira existe ao menos uma mulher que borda. Esse dom passa de geração para geração. As mães ensinam as filhas, as mulheres se encontram para bordar em casa. A peça artesanal, o bordado, são características nossas. 

Como é o seu processo de criação? 
Começo a fazer uma coleção pelo menos oito meses antes do desfile. Primeiro defino o tema. Com todo esse tempo de antecedência, acabo olhando para onde as pessoas ainda não estão prestando atenção – e uso muito minha intuição. Depois faço a cartela de cores e escolho os tecidos – compro o material de acordo com a cor selecionada, ou mando fazer. Ao mesmo tempo já estou desenhando. As etapas se misturam. 
Quanto tempo, em média, leva para um vestido bordado ficar pronto? 
Cerca de 30 dias. Mas, quando é uma peça-piloto, desmancho diversas vezes até ficar do jeito que eu quero, não tem um tempo certo. 
Você usa bastante seda nas suas peças. Que outros materiais trabalha em seu ateliê? 
Alguns tecidos eu mesma desenvolvo, pois demandam uma tecnologia que não existe aqui. Os elaborados, como o jacquard, compro na Itália ou na França. O tule também é italiano, e todos os bordados vêm de fora do país. Os cristais são Swarovski. Os vidrilhos são da Tchecoslováquia. No Brasil só consigo encontrar alguns tipos de seda, como o cetim. O jeans é nacional porque tenho parceria com a têxtil Canatiba. 

Quais são suas técnicas manuais preferidas? 
Adoro o bordado richelieu. Faço sobreposições de tules criando um desenho de bordado e depois contorno com vidrilho. Desenvolvo muitas técnicas no meu ateliê, mas também aprimoro as tradicionais. Para que meu produto seja único, confecciono peças misturando quatro ou cinco técnicas. 
Você exporta suas peças para a Europa e o Oriente Médio. São as mesmas roupas vendidas no Brasil? 
Exporto praticamente a mesma coleção, mas às vezes é necessário fazer adaptações de acordo com a cultura de cada país. É o caso do Oriente Médio: tenho que colocar mangas em todas as roupas. 

O que diferencia a sua marca na moda festa? 
Crio peças jovens e modernas. Mesmo quando a roupa é bordada e feita com um material pesado, aparenta ser leve. Além disso, gosto de materiais que não são óbvios. Fui a primeira estilista a levar o moletom para a roupa de festa e misturar com saias de rendas metalizadas. E agora estamos produzindo moletom denim. 
O moletom bordado desfilado pela atriz Camila Queiroz foi um sucesso… 
Sim, vendeu no mundo inteiro! A inspiração veio da art nouveau, basicamente “voltar para a natureza”. E esse voltar para a natureza me remete ao conforto, ao aconchego. Criei o moletom pensando em fazer uma coisa que fosse acolhedora e gostosa de usar. Para mim, conforto é luxo.