O estilista materializou a proposta em texturas feitas com lascas de madeira e looks de aparência clean e orgânica confeccionados com materiais como ráfia, linho, palha e algodão rústico
Acostumada a inovar tanto na moda quanto no cenário dos desfiles, a Chanel construiu uma grande estrutura de madeira para apresentar sua coleção de alta-costura, no Grand Palais, em Paris. Do lado de fora, a grama natural e o céu azul fake criaram um clima de jardim zen e deram uma pista sobre a inspiração do estilista alemão Karl Lagerfeld: a celebração da natureza, com uma abordagem eco-friendly superchique. “Acho que é a primeira coleção de alta-costura feita com um approach ecológico. É divertido fazer isso depois de ser tão high-tech”, declarou ao site de moda WWD.
Na passarela, a proposta se materializou nos detalhes bordados de abelhas, borboletas e pássaros, nos apliques de flores, e até em texturas feitas com lascas de madeira. A aparência clean e orgânica dos looks se potencializou com a escolha de materiais como ráfia, linho, palha e algodão rústico. Vestidos de cetim e seda inspirados na estética boudoir ganharam ar despojado com as bolsinhas penduradas na cintura – que lembravam pochetes para levar o celular . As capas longas acompanharam os últimos looks e adicionaram glamour aos modelos monocromáticos. O bege – tom preferido da fundadora Gabrielle Coco Chanel (1883-1971) – predominou na paleta de cores. Mas o azul-marinho e o preto – além dos celebrados rosa quartzo e azul serenity – também tiveram espaço na coleção. Dois modelos esvoaçantes trouxeram uma proposta floral e exalaram um perfume feminino e primaveril. Mangas longas e amplas – muitas arredondadas – e saias de comprimento mídi reforçaram a sobriedade, que se dissipou um pouco no eveningwear, com vestidos que deixavam os ombros à mostra e modelos decotados, como o usado pela top americana Kendall Jenner (20). Os pés das modelos também chamaram a atenção: os sapatos bicolores com saltos assimétricos prometem se tornar peça-desejo das fashionistas.
Coluna publicada na edição 1165 da Revista CARAS.
