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Referências étnicas e náuticas no desfile de Jean Paul Gaultier em Paris

Marca registrada de Jean Paul Gaultier, as listras navy ganharam a passarela de Paris durante apresentação da coleção alta-costura de inverno, que foi inspirada na Bretanha – região litorânea da França

As clássicas listras navy não poderiam ficar de fora do
desfile de alta-costura de Jean Paul Gaultier. Afinal, elas se consolidaram
como marca registrada do estilista francês durante seus 40 anos de carreira.
Não à toa, um retrato de Gaultier vestindo uma blusa listrada, feito na década
de 1990, foi escolhido para abrir a exposição que, em 2014, revisitou sua
incrível trajetória profissional. Inspirado na Bretanha – região litorânea da
França -, o estilista espalhou referências náuticas por toda sua coleção de
inverno, inclusive em meias e forros de casacos. Os comprimentos se mantiveram
abaixo do joelho. As calças, na altura do tornozelo. A cartela de cores se resumiu
a amarelo, dourado, laranja, azul navy, vermelho e preto. Charmosos chapéus –
mas principalmente um lúdico modelo cilíndrico – também se destacaram.

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 Além das listras, modelagens exuberantes chamaram a atenção.
Saias em forma de concha e extravagantes vestidos étnicos dominaram a
passarela. Veludo, seda, cetim, lã, tafetá, organza, couro, cashmere, crepe,
lurex, plumas e cristais foram as matérias-primas escolhidas para dar vida à
imaginação fértil do designer. Afastado do prêt-à-porter desde o ano passado,
Gaultier vem usando toda sua criatividade na alta-costura, onde reafirma o DNA
provocativo que antes reservava às suas coleções ready-to-wear.

Definitivamente, algumas das roupas apresentadas no desfile
não se adequariam a uma festa comum! Mas quem se importa? O público quer ver
Gaultier exercitando sua genialidade. A exposição sobre a carreira do designer
já contabilizou mais de dois milhões de visitantes pelos países onde passou.
Com tamanha plateia, Gaultier não ocupa apenas o posto de estilista talentoso.
Hoje, já tem lugar garantido no olimpo das celebridades fashion – e no
inconsciente coletivo de um público heterogêneo espalhado pelo mundo.

Coluna publicada na edição 1141 da Revista CARAS

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