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Em Paris, Karl Lagerfeld viaja de 1ª classe no desfile da Chanel

No desfile da Chanel, ambientado em um aeroporto, clássicos da maison dividiram espaço com itens modernos, como bonés, e tecidos que não são nobres, como lurex, PVC e até denim. Saiba mais sobre a coleção

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Imagine um aeroporto onde as pessoas são fashion, as bagagens são chiquérrimas (e não se extraviam!) e não há o menor sinal de caos e stress. Ele existe na mente criativa do estilista Karl Lagerfeld e virou realidade no Grand Palais, durante a Semana de Moda de Paris. A maioria dos looks idealizados pelo Kaiser tinha um evidente apelo jovem – para se ter uma ideia, havia bonés na passarela da tradicional maison. Sobreposições, modelagens amplas, cores vibrantes, grafismos, texturas, mix de estampas e releituras do clássico tweed da marca dominaram o desfile. Couro, lurex, lã, PVC e denim se misturaram à seda, chiffon, tule e cristais, em um high low bem calculado. 


Entre os acessórios, sandálias prateadas, óculos espelhados, luvas, minibolsas que imitavam malas de bordo, gargantilhas e colares pesados convidavam a embarcar na viagem da Chanel Airlines. Mas nada chamou mais a atenção do que as flats com luzes de LED no solado! O clima despojado – reforçado por peças com estampas de avião e blusas amarradas na cintura – fez contraponto com os looks elegantes das “comissárias de bordo”, que exibiram chapéus e conjuntinhos bem cortados. Os vestidos seguiram uma proposta contemporânea, mas trouxeram toques femininos, com laços, flores e transparências pontuais. 


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Com esta coleção, Lagerfeld defende um conceito híbrido de luxo, influenciado pelo streetstyle e pelas redes sociais, extremamente importantes na comunicação das grifes – foram mais de 12 mil posts no Instagram com a hashtag #chanelairlines. Karl já havia abordado o universo dos aeroportos outras vezes; em 2008, no desfile Cruise que aconteceu num hangar, e na haute couture de verão 2012, onde a plateia se sentou em uma réplica de um Airbus A380. Ao que tudo indica, a maison tem passaporte garantido para continuar conquistando espaço entre um público jovem, sem abrir mão de seu DNA.


Coluna publicada na edição 1146 da Revista CARAS.

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