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SPFW: o canto da sereia de Ronaldo Fraga

Com inspiração nas sereias, Ronaldo Fraga apresenta uma coleção exuberante que valoriza a arte manual brasileira.

Quando
as cortinas caíram nas passarelas, surgiram sentimentos de surpresa e espanto.
Aproximadamente 30 mulheres, de todas as idades, compunham o cenário com seios
à mostra e caudas de sereia, todas sentadas em pilhas de pneus.

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+ SPFW: uma conversa sobre moda com Costanza Pascolato

Ao
som da música A Jangada Voltou Só, de
Dorival Caymmi, as modelos
entraram exibindo tudo o que o estilista sabe fazer de melhor: tecidos
biodegradáveis que se decompõem rapidamente após o descarte, muitos bordados
com pérolas e miçangas que remetem ao universo do mar; além de franjas de
canutilhos e tecidos delicadamente entrelaçados. 

A inspiração
veio de um trabalho que Ronaldo estava fazendo na periferia de João Pessoa, na
Paraíba. O projeto chamava-se Escamas,
onde biojoias eram feitas com as escamas do peixe camurupim. A partir daí, o estilista se encantou com a força e a
capacidade daquelas verdadeiras sereias de transformar o que elas tinham ao seu
redor. “De tanto ouvir sereia para cá, sereia para lá, resolvi batizar o
trabalho de Sereias da Penha”. 

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E parece
que o estilista divide com MANEQUIM um amor pelo artesanal: “Um
dos caminhos que eu aposto para a criação de uma identidade da moda brasileira,
é a valorização da manufatura, do artesão, do feito à mão e do ponto a ponto. A
humanização da moda está aí e não na produção em série da indústria”, revelou.

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