Na coluna desta semana, Karina Soeiro simplifica a explicação sobre O QUE É O COLÁGENO e te ajuda a entender qual dos colágenos realmente pode fazer efeito para o objetivo tão desejado
Tema polêmico esse, né, pessoal? Alguns dizem que sim, outros que é uma grande bobagem. Mesmo dentro da classe médica, o tema COLÁGENO passa longe de um consenso. Entretanto, eu tenho uma opinião bem formada sobre este ele, baseada em ciência e lógica. Acompanhem meu raciocínio, somado a algumas explicações conceituais e científicas e tirem suas próprias conclusões. Vamos lá?
O colágeno é uma molécula elástica que apresenta um papel importante na resistência de vários tecidos, como as articulações e pele. O colágeno é uma proteína grande e complexa e, como toda proteína, é formada por subunidades menores, chamadas de aminoácidos.
“Credo, Karina! Facilita para a gente!”. É para já, vai ficar fácil…
Imaginem só um colar de pérolas, comprido e muito resistente, com várias pérolas unidas umas às outras. Pois bem, esta é a proteína e cada uma destas pérolas são os aminoácidos. Estes aminoácidos se unem uns aos outros formando peptídeos. Os peptídeos, por sua vez, se unem para formar um conjunto muito importante: nossas proteínas – e no caso da matéria de hoje- ela é, nada mais, nada menos, que o famoso colágeno.
Os fibroblastos são células especializadas responsáveis pela produção de moléculas vitais para a saúde e elasticidade na pele. Entre elas a elastina, ácido hialurônico e o único colágeno que nos interessa: aquele produzido pelo nosso próprio fibroblasto. O colágeno produzido pelo fibroblasto de qualquer outro animal, se consumido por nós, não irá magicamente se instalar na nossa pele nos deixando mais jovens e com a pele hidratada.
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Funciona sim, mas não qualquer um.
O colágeno é uma proteína com um bom tamanho: um lindo e generoso colar de pérolas, porém, o nosso organismo não é capaz de absorver a proteína inteira. Isso nem nos interessa. O que importa para as nossas células (incluindo o fibroblasto que produz o NOSSO colágeno) são os aminoácidos, as “pérolas” livres, que são as matérias-primas (juntamente com vitaminas e minerais) para a produção das nossas próprias proteínas.
Para que o nosso organismo absorva o colágeno, é importante que ele seja suplementado já “quebrado”, em tamanhos menores, em combinações de poucos aminoácidos para que possa ser absorvido. Desta forma, então, ele é capaz de cumprir sua função biológica, atuando como substrato para produção do nosso próprio colágeno e, por vias mais complexas, ajudando a prevenir a degradação do colágeno já produzido. Tudo de bom!
Existem enzimas que funcionam como “tesouras” que cortam as ligações entre estes aminoácidos, mas se o colágeno for suplementado como proteína inteira, dificilmente nossas enzimas conseguiram fazer todo o trabalho e a possibilidade dessa ingestão funcionar da maneira como gostaríamos é muito pequena. Portanto, comer gelatina, infelizmente não ajudará em nada, pois, sim, ela contém colágeno, mas com um tamanho de molécula inviável.
Hidrólise é o nome dado a uma reação química em que ocorre a quebra de uma molécula em unidades menores. Se o colágeno for hidrolisado, dependendo da intensidade desta reação, ele poderá ser quebrado em uma, duas, dez ou cem vezes. A questão é que independentemente do tamanho do produto final, todos eles serão e poderão ser chamados de colágenos hidrolisados.
No entanto, o tamanho destes fragmentos, assim como o resultado da suplementação, será bem distinto. Como eu disse, quando se trata de colágeno, o importante é o tamanho destes peptídeos: quanto menor, melhor será o resultado, sem dúvida alguma. Conhecimento é tudo né pessoal?
Para saber se o colágeno hidrolisado que você está tomando é bom, ou se pretende começar a suplementar e quer saber qual o mais indicado, pergunte! Pergunte ao seu farmacêutico, nutricionista ou médico, qual o melhor colágeno (e menor tamanho de peptídeo) disponível no mercado.
Proponho a vocês um brinde, com colágeno e ao colágeno. Saúde, paz e pele bonita a todos nós!
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Karina Soeiro – Farmacêutica, Biomédica, Mestre em Ciências Farmacêuticas pela USP, professora universitária e palestrante internacional em conferências e cursos médicos e farmacêuticos.
Consultora em pesquisa e desenvolvimento de dermocosméticos para farmácias de manipulação e marcas Brasileiras, Norte Americanas e Alemã.
CEO da farmácia de manipulação Apotheka e fundadora da Cosmeteria Gourmet, marca de cosmecêuticos inspirada na confeitaria e atualmente representada por 60 farmácias de manipulação em todas as regiões do Brasil. Karina é também criadora do primeiro clube de inovação para farmacêuticos, o Innovation Club.
